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Píppi Meialonga

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Uma menina ruiva, de sardas e trancinhas, percorre o mundo no imaginário das crianças há mais de 70 anos. É a Píppi Meialonga, personagem criada pela escritora sueca Astrid Lindgren. Eu a conheci há pouco, não foi na infância, mas me diverti muito. Não sei se me identifiquei mais com os cabelos, as sardas ou com a alegria e a espontaneidade da Píppi. Me lembrou muito a Emília, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, com seu modo único de ver e viver o mundo.

Publicado em 1945, não se parecia com nenhum livro infantil da época, tornou-se um sucesso, com mais de 145 milhões de livros vendidos em mais de 70 países. Muitos, ao longo dos anos, testemunharam sua importância como modelo para gerações de meninas quando se trata de coragem para desafiar regras e opressões limitantes e escolher seu próprio modo de vida. 

Escrevo para a criança que fui e para a criança que mora em mim, dizia Astrid, que nos deixou em 2002. Nascida em 1907, completaria 112 anos no próximo dia 14 de novembro. Reconhecida pela sua capacidade de lembrar como as crianças pensam e se sentem e de transmitir essa percepção aos leitores de todas as idades, a escritora dá nome ao Prêmio Memorial Astrid Lindgren, ou simplesmente Alma, concedido pelo governo da Suécia com o objetivo de fortalecer e aumentar o interesse pela literatura infantil e juvenil no mundo. Uma das mais prestigiosas premiações, que concede ao vencedor um valor de 5 milhões de Coroas Suecas, ou R$ 2 milhões. 

O Brasil já esteve muitas vezes na lista de indicados, mas foi Lygia Bojunga, a dona da Bolsa Amarela, que trouxe o prêmio para cá em 2004. Maurício Leite, o Homem da Mala Azul, patrono da última Feira do Livro, já foi indicado diversas vezes, a maioria delas pelo governo de Angola e uma pelo próprio Prêmio, dado o entendimento da importância do trabalho dele na promoção do livro e da leitura por tantos países. Este ano, nosso indicado é o escritor e ilustrador Roger Mello, que já esteve por cinco vezes na lista. Ele e mais 236 nomes, de 67 países, concorrem ao maior prêmio da literatura infanto-juvenil do mundo. O vencedor será divulgado no dia 31 de março de 2020, durante a Feira do Livro de Bolonha (Itália), evento que sempre leva muitos escritores brasileiros. 

Voltando à Píppi, a história nos possibilita entrar na personagem e viver as peripécias de uma criança que vive sem as convenções do mundo de gente grande. E poder fazer este exercício trabalha nosso olhar para a infância, com tudo de belo e bom que ela representa. Píppi é uma menina encantadora, destemida e sapeca, que nos mostra a beleza que é viver a vida com liberdade e alegria. Píppi Longstocking ou Píppi Meialonga tornou-se um ícone em todo o mundo e ainda hoje desafia a visão de mundo adulta dos direitos das meninas e das crianças. Para as crianças, um livro é todo um mundo, como diria Monteiro Lobato. E as crianças tem direito a essa experiência

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